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Compreendendo bloqueios internos

É um grande desafio criar conteúdo sem interagir diretamente com você, pois sei que muitas particularidades da sua história origina seus bloqueios, desejos e necessidades únicas. A seguir, para introduzir ao tema “bloqueios”, vou abordar o tema partir de uma experiência compartilhada por todos nós: já fomos crianças um dia.


Talvez você consiga se lembrar vagamente.. sua fase criança foi talvez a fase em que mais sentiu-se autêntico, com vontade de explorar e criar. Talvez, em algum momento de sua vida, seus bloqueios começaram a surgir quando foi crescendo e sentindo-se reprimido, ou por seus desejos não serem validados ou desatendidos se não agisse de forma esperada.


Em algum momento da sua vida o pior aconteceu: você desistiu dos seus desejos para caber em algum lugar. Como dito antes, esperamos normalidade e a expectativa para um adulto é pensa e agir racionalmente, é entregar à sociedade a conquista de ser um adulto funcional e maduro. Os adultos são esperados a se comportar de maneira adulta; se mostrarem sinais de infantilidade, sua integridade pode ser questionada.

A vida adulta pode sufocar a curiosidade e a expressão autêntica, exigindo que você saiba de tudo ou que se expresse sempre de forma esperada. Muitos adultos exibem uma ousadia de parecer saber de tudo, quem finge que sabe de tudo, foge do desconhecido e isso não é tão diferente de uma criança que teme o escuro, pois é na escuridão que habita o que ainda não sabemos.


No fundo, adultos só são crianças que existem há mais tempo. Crianças que aprenderam nessa sociedade que se elas se fantasiarem de adultos sabichões, ganham algumas máscaras sociais de poder. Para se conhecer e crescer verdadeiramente, é importante tirar algumas dessas máscaras e lembrar-se do seu lado infantil; revivendo-o com acolhimento e presença, isso é o que muitos chamam de vulnerabilidade.


Com isso, esquecemos a vantagem de ser criança: não ter que saber de tudo, poder se expressar com ludicidade, errar com liberdade e, depois de chorar pelo erro, aprender como consertá-lo com entusiasmo e criatividade. Se essa sua parte criança não habita mais em você, provavelmente é porque os adultos que foram responsáveis por você provavelmente não aceitavam seu processo de criança e te forçaram a se portar como eles lidavam com o que não sabiam, engolindo o choro e seguindo alguma regra.


Afinal, não suportamos a experiência difícil que é lidar com o desconhecido, com o que não sabemos. E, se olhar sua própria história, verá que a maneira como seus pais, ou adultos que cuidaram de você, lidavam o tempo todo com coisas que não sabiam como lidar. Você percebe que, quando nasceu, seus pais provavelmente ainda estavam tentando se entender? E que, durante esse processo, eles não faziam ideia do que realmente fazer enquanto guiavam você? Educar exige uma maturidade emocional para aceitar que não sabemos de tudo, mesmo quando estamos na posição de ensinar. E nem todo mundo tem a maturidade de aceitar e assumir essa realidade.


Existem momentos em que o desespero do não saber o que fazer bate tão forte que ao tentar reassumir o controle, acabamos proibindo a experiência orgânica que é aprender errando. Abaixo, descrevo quatro tipos de comportamento que podem ter surgido na sua experiência durante a infância que podem ter modificado sua relação com seus próprios erros. Está baseada na combinação de dois elementos: nível de aceitação sobre o desconhecido e a capacidade de permanecer-se presente com numa situação desafiadora.


  1. Baixa tolerância ao não saber e incapacidade de permanecer presente: ao se deparar , a pessoa se incomoda muito e se afasta. Adultos assim podem ser frios, críticos e exigentes. Por se incomodarem com os erros, não oferecem estrutura, apoio ou orientação para ajudar os outros a aprenderem com seus próprios erros.

  2. Baixa tolerância ao não saber e capacidade de permanecer presente: ao enfrentar erros, a pessoa se incomoda e começa a micro-gerenciar. Adultos assim podem ser bem intencionados, mas controladores. Eles tendem a oferecer muitos recursos e orientações rígidas para evitar a repetição dos erros.

  3. Boa tolerância ao não saber e incapacidade de permanecer presente: ao lidar com erros, a pessoa os aceita ou normaliza, mas não oferece apoio - "Ah, acontece, esquece isso". Adultos assim são tolerantes aos erros, mas não oferecem estrutura ou orientação para ajudar outros a aprenderem com eles.

  4. A dose ideal de tolerância e presença: ao lidar com erros, a pessoa aceita pois também assume não saber de tudo, ela permanece presente e oferece os recursos que sabe para ajuda o outro a lidar com a frustração. Adultos assim são mais tolerantes e fornecem suporte para a evolução emocional.


Confira o anexo deste material. Lembre-se de que ninguém se encaixa rigidamente em uma dessas categorias. Seus pais ou outros adultos podem ter agido de maneiras diferentes, conforme o tempo ou a situação. No entanto, pode ser que você tenha experimentado uma situação ou outra que possa ter gerado mais bloqueios do que curiosidade para aprender e crescer.


No entanto, lembre-se de que agora você é responsável pela sua própria educação emocional. Ao errar, você se aproxima ou se distancia de si mesmo? Está tudo bem se chatear consigo mesmo ao errar, mas não se abandone. Abrace o não saber e permaneça presente, compartilhando as instruções que sabe, ou no mínimo, apoio.


Talvez você aja consigo mesmo da mesma maneira que seus pais agiram, esperando que seu próximo relacionamento preencha lacunas que seus pais ou você mesmo não conseguiram preencher: aceitação das suas imperfeições, presença e curiosidade para lidar com seus próprios erros, e estrutura para evitar repetições. Esse tipo de expectativa é irrealista. Vamos nos abrir para os erros e aprender com eles?


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